A discussão sobre homossexualidade no Brasil: algumas impressões


     Sinto a necessidade de me posicionar enquanto a atual discussão sobre a homossexualidade no Brasil. Temos acompanhado atônicos a uma série de discussões, protestos e ofensas, tanto aos grupos LGBTs, como também a igreja evangélica. Minha posição apresentada no presente texto é completamente particular e expressa a forma como penso sobre todos os recentes acontecimentos.
    Primeiramente, sou cristã, e apesar de não compactuar com os princípios e valores da atual igreja evangélica brasileira, acredito na família formada por homem e mulher. Creio que Deus criou o homem para a mulher e possui um propósito glorioso na família. Porém, de acordo com os princípios que norteiam minha vida, todas as pessoas devem ser amadas e respeitadas, independentemente de cor, etnia, opção sexual ou religião. Isto é um fato!
     O que me preocupa hoje é a possibilidade de eu perder o direito em pensar dessa maneira. De acordo com a constituição brasileira todos são livres para manifestar seu pensamento e expressar-se de diversas formas.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
V - o pluralismo político
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vidaliberdade,igualdadesegurança e a propriedade, nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença
Art. 220º A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
(Constituição Brasileira de 1888)

     Repudio qualquer tipo de agressão física, verbal ou simbólica aos homossexuais. A homofobia é errada, é crime e se constitui enquanto aversão irreprimível, repugnância, ódio, preconceito que algumas pessoas, ou grupos, contra os homossexuais. Porém, o que venho percebendo através dos discursos de grupos LGBT nos diversos meios de comunicação é que, apenas o fato de eu não concordar ou pensar de maneira diferente caracteriza uma prática homofóbica.
Alguns dizem que o fato de eu pensar diferente ofende os homossexuais. Penso que vários pensamentos, independente da ordem ou assunto possam desagradar pessoas. Não é minha intenção que todos apreciem minha opinião a cerca da homossexualidade ou sobre qualquer outro assunto, da mesma forma que não aprecio a postura e opinião de inúmeras pessoas. Meu único desejo é continuar tendo o direito de pensar como penso.
     Temo que esteja se formando uma espécie de ditadura do liberalismo, onde quem pensa diferente pode ser considerado com um vilão, ou até mesmo um criminoso. Penso de uma determinada forma sobre a homossexualidade e tenho liberdade, de acordo com a lei, para pensar dessa forma. Da mesma forma que se caracteriza crime quando um homossexual é ofendido ou agredido por pensar e viver de acordo com seus pensamentos e ideologias, também deveria ser considerado crime quando uma pessoa comum é ofendida e agredida por pensar de uma determinada forma que não agrada a certo grupo.
    Receio que daqui a alguns anos, aqueles que não concordam com a homossexualidade possam ser excluídos, taxados e até mesmo condenados. Já percebo certa movimentação nesta direção. Recebo notícias de pessoas que, apenas por terem falado que não concordam com a homossexualidade, têm sido perseguidos. Parece-me que o objetivo hoje não é apenas tolerar aquilo ou quem você possui discordâncias, o que seria aceitável. Vários discursos vêm apresentando a obrigação de pensar um pensamento de uma determinada maneira, ainda que esta seja a que você discorda. Posso estar enganada, mas isso me cheira a ditadura. Talvez uma ditadura as avessas se pensarmos numa perspectiva histórico-social.
     Para muitos posso estar exagerando, mas será? Vamos esperar mais alguns anos, quem sabe teremos uma resposta!?

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Uma nova onda




“De repente o céu fica negro, o vento sopra forte, as séries aparecem, trazendo ondas assustadoras. É o mar separando os homens dos meninos”.

Desde criança cultivo o prazeroso hábito de admirar as ondas do mar. Primeiro avistava a onda e, dependendo da sua força e intensidade, decidia se deixaria me levar ou não. Algumas pareciam enormes ao longe, mas quando se aproximavam percebia que não eram tão fortes, pois perdiam sua força ao longo do caminho. Outras já de longe pareciam fortes e quanto mais se aproximavam maiores ficavam. Esse era um tipo de onda boa para se pegar, porém se houvesse indecisão ou medo em pegá-la, corria o risco de levar um “caldo”, ou “caixote”, como muitos gostam de chamar. Além de toda a apreciação das ondas que vinham, havia a necessidade de uma decisão: deixar-se levar ou não?
Toda onda possui características peculiares. Algumas geram espuma, algumas alcançam um espaço maior na areia, porém todas elas mudam um cenário. Todas elas moldam a areia da praia de uma forma e, se muito grandes e intensas, podem até mesmo destruir uma praia, ou até mesmo cidades inteiras.
Toda vez que vou à praia e entro no mar me vem um pensamento que persiste em existir em minha mente: e se nesse momento surgisse um Tsunami? Para onde eu seria levada? Será que sobreviveria? Talvez esse pensamento reflita a expectativa que tenho pela chegada de uma nova onda sobre a terra. Sobre como não poderei ter medo em me deixar levar por ela, mesmo sem saber para onde ela me levará ou se causará destruição.
A pouco tempo Rick Joyner,  fundador e diretor do Ministério MorningStar, na Carolina do Norte (EUA), divulgou uma visão que completa uma revelação que teve a mais de 25 anos através.

“Eu vi duas ondas de avivamento vindo sobre a terra. O primeiro foi o maior movimento da história para levar pessoas para o Senhor. Essa onda de avivamento começou apenas alguns anos após eu ter recebido esta visão… Também me foi mostrado um período de relativa calma espiritual antes de uma onda ainda maior do Espírito Santo que varria a terra. Essa onda está se aproximando, e será o maior movimento de Deus na terra de todos os tempos!”, escreveu ele.

Compartilho do mesmo sentimento que Joyner. Ao longo da história da Igreja tivemos muitas ondas e moveres de Deus. Como já foi dito, toda onda carrega características peculiares influenciadas pelos ventos, correntes, terreno e épocas, sendo capaz de modificar paisagens.
Cada “onda” ou mover de Deus no último século trouxe consigo características importantes que definiram um novo cenário na igreja. Entre os diversos movimentos da igreja do século XX é possível destacar o Avivamento da Rua Azuza que restaurou a questão dos Dons na Igreja e trouxe um grande mover do Espírito na época, atraindo pessoas de todo o mundo para a California. Influenciado pelo Avivamento em Azuza destaco também o Avivamento no País de Gales em 1904, tendo como característica principal o grande número de jovens, um forte movimento de oração e um grande número de conversões. Em 1973 outro movimento marcou a história da Igreja. O Movimento de Jesus foi caracterizado pelo grande entusiasmo de jovens completamente apaixonados por Jesus apresentando uma “contra-cultura” Norte americana.
O movimento carismático Católico, as Campanhas de Cura, o avivamento na China e muitos outros moveres marcaram a Igreja no Século XX. O mover mais recente, no início do ano 2000, conhecido como Movimento de Adoração Extravagante levou a Igreja à uma grande mover de adoração, reafirmando a figura de Jesus como noivo.
Mesmo com tantos moveres que restauraram muitos aspectos da Igreja e trouxeram também novas revelações para ela, muitos se perderam e, assim como uma onda, alcançaram a areia até um certo ponto, recuando e sumindo.
Assim como Joyner creio que uma nova onda está se aproximando. Uma onda forte, mais intensa do que qualquer outra que já chegou até nós. Como cada onda do Espírito ao longo da história trouxe características particulares e abalou de alguma forma o cenário da Igreja e da sociedade, creio que a onda que está prestes a chegar trará consigo algumas características específicas. Aspectos que Deus já vem falado à sua Igreja.
É possível resumir tal característica como sendo a restauração do Tabernáculo de Davi.

“Naquele dia, levantarei o tabernáculo de Davi que está caído e repararei suas brechas, levantarei as suas ruínas e as reedificarei como nos dias antigos”. Amós 9: 11

O Tabernáculo de Davi é caracterizado por adoração e oração permanente e incessante (Levítico 6:13). Uma adoração que libera um cântico novo (Salmos 96: 1/ 144: 9/ 98:1/ 33:3) e libera o reino de Deus na terra.
No tabernáculo de Moisés o holocausto era oferecido a cada manhã e a cada tarde. Davi compreendeu outra dimensão de sacrifício, fazendo com que fosse oferecido continuamente sacrifícios de louvor e adoração à Deus. Ele estabeleceu turnos sacerdotais e instituiu o serviço de musica nomeando levitas, a fim de que a adoração acontecesse durante as 24 horas do dia, atraindo a presença de Deus para a nação de Israel. Dessa forma, a adoração que é incessante e contínua nos céus, se fez também na terra.
Sendo assim, o Tabernáculo de Davi é uma figura profética do reino de Deus, pois traz a realidade dos céus para a terra. Dessa forma, acredito que a onda que se aproxima trará consigo a restauração desse Tabernáculo, liberando um movimento forte de oração, uma adoração que libera os céus na terra e um cântico novo que chama Jesus para voltar e estabelecer o seu Reino.
Penso que a onda que se aproxima não terá apenas um caráter de destruição, como um Tsunami, mas também um caráter de edificação. Creio que já podemos avistá-la. De longe já parece grande, mas quanto mais perto, maior ela fica. Que não tenhamos medo no momento de sua chegada e, sem hesitação, nos deixemos levar por ela.
Há um novo ar pairando sobre a Igreja, um ar de expectativa. Há algo novo chegando, algo que é fruto de orações antigas, de gerações inteiras, que se cumprirão neste tempo através de nós. Que o espírito de expectativa e esperança encha o nosso coração, até que Ele venha!

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Uma única coisa


Existem certos momentos na vida onde cada pessoa se indaga sobre o sentido de sua existência. Muita das vezes esses momentos ocorrem em datas festivas de final de ano, ou durante momentos difíceis e dolorosos, ou até mesmo em momentos comuns onde o vazio da alma é tão grande que busca explicações a fim de compreender a razão de viver. Sabemos que o vazio daqueles que não estão em Cristo só pode ser preenchido por Ele. Porém, tenho refletido, com muito temor, sobre como muitos cristãos vivem em um profundo vazio, diferente daqueles que não se arrependeram, porém tão intenso e doloroso quanto.

Pode parecer um tanto quanto paradoxal, mas acredito que o motivo pelo qual muitos cristãos encontram-se vazios tem relação a quantidade de coisa para/com a qual vivem. Ser ocupado e atarefado se tornou um status na sociedade pós moderna. O apelo da sociedade do consumo incentiva todos a trabalhar mais, para ter mais. Se pararmos para refletir um pouco veremos que a maior parte das coisas que nos preocupamos e gastamos nosso tempo e dinheiro são em coisas desse mundo. Qual a primeira coisa que você pensa quando acorda? Em que você dedica mais tempo, dinheiro e esforço? Se você pudesse fazer um pedido a um “gênio da lâmpada”, o que você pediria? Pense! Reflita!
Um homem chamado Davi, em muitos de seus salmos, expressou o desejo do seu coração. Porém, em um deles ele revela claramente seu desejo pedindo uma coisa ao Senhor.

“Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário 
Salmos 27:4”. 

Davi pediu apenas uma coisa. Será que se tivéssemos a chance de fazer um pedido à Deus neste momento pediríamos isto?
As muitas coisas deste mundo que enchem a nossa vida não são capazes de preencher o espaço que é Dele. Somos salvos, não vamos para o inferno, mas há algo que vai muito além disso. O Deus todo poderoso me ama e quer estar comigo. Por que então dedicar minha vida a coisas fúteis e passageiras desse mundo?

“Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos, para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente mundo sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem- aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, que se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras”.
Tito 2:11-14

O desejo do Senhor em voltar para se casar com a igreja precisa ser a causa pela qual vivemos. Somos peregrinos nesse mundo. Vivemos aqui, mas não somos daqui. Enquanto vivermos uma vida vidrados em ter e ser algo neste mundo continuaremos com esse vazio atormentador, pois não estaremos vivendo aquilo para o qual fomos chamados a ser.

“...mas rejeita as fábulas profanas e de velhas. Exercita-te a ti mesmo na piedade.
Pois o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, visto que tem a promessa da vida presente e da que há de vir “.
I Timóteo 4:7 - 8

A palavra piedade vem do grego eusebéia que significa andar de acordo com o que se crê. Portanto, se cremos em Cristo e realmente fomos salvos, que vivamos de acordo com essa verdade. Livres dos prazeres e paixões desse mundo, vivendo nesse mundo sabendo que não pertencemos à ele e que a causa pela qual vivemos é tão nobre e apaixonante que todas as outras coisas se tornam pequenas e inúteis. Viver somente para Cristo e buscar somente uma coisa, preencherá o nosso coração com vida e direcionará nossas atitudes e decisões, manifestando dessa forma a vida Dele que habita em nós. Não há mais nada o que se esperar desse mundo.
Viver somente para ele não significa se tornar um monge, mas sim, mesmo com a correria do trabalho, faculdade e afazeres cotidianos, o coração permanecer fito Nele, sabendo e lembrando sempre por que causa vivemos, lembrando da promessa da sua volta. Esse é o desafio! O apelo do mundo em convencer as pessoas a gastarem a sua vida nessa terra com aquilo que ela tem a oferecer é grande, porém, muito maior é aquilo que buscamos e aquilo pelo o que vivemos.
Talvez você possa querer continuar sendo apenas um salvo, mas saiba que você pode ser um dos vencedores de apocalipse que terá poder sobre as nações (Ap2:26), comerá da árvore da vida (Ap 2:7), se assentará no trono com o Pai (Ap 3:21), comerá do maná escondido, ganhará a pedra branca com um novo nome escrito que ninguém conhece se não quem a recebe (Ap 2:17) e outras coisas mais.  Mas este assunto tratarei melhor na próxima parte dessa série de textos.
Meu desejo nesses dias é que vivamos a plenitude daquilo para o qual fomos chamados. Viver por Ele e para Ele aguardando a promessa da sua volta e nos preparando enquanto igreja e noiva do Senhor.


Por Luzia Gavina


Deixo aqui a canção dos amigos Fábio e Danielly Bravo, a fim de que essa reflexão se torne revelação e que um peso de responsabilidade sobre essa palavra encarne em nós.



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